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Explante mamário, quando cogitar?

A cirurgia de implante de silicone nos seios, ou mamoplastia de aumento, é uma das mais procuradas do mundo. Em 2020, foram realizados mais de 1,6 milhões de cirurgias para aumento dos seios. O Brasil segue em segundo lugar no ranking mundial, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Mesmo com essa grande procura, dados apresentados pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps) mostram que, nesse mesmo período, foram realizadas também em todo o mundo mais de 200 mil cirurgias para explante mamário. Um aumento de 33%, com relação a 2016, que teve 150 mil.

O que é o explante mamário?

O procedimento cirúrgico se baseia na retirada do implante de silicone dos seios. Somente no Brasil, no ano de 2020, foram feitas mais de 25 mil cirurgias para a remoção da prótese.

Como é feito o explante do silicone?

Durante a cirurgia de explante é removida a prótese e todo tecido cicatricial (cápsula ou capsulectomia). Após a retirada da prótese, é necessário também realizar uma correção na mama por causa do excesso de pele e flacidez no local. Em muitos casos, o explante pode ser executado pela própria cicatriz do implante. A vantagem é que isso evita a formação de novas cicatrizes.

Quando a prótese deve ser substituída?

Existem casos raros em que a prótese pode apresentar algum problema nos exames de rotina, indicando a necessidade de troca ou retirada. A situação mais comum é o desejo de substituição da prótese mamária por piora estética das mamas ou pelo próprio envelhecimento.

Antigamente, o material utilizado tinha um prazo de validade de 10 a 15 anos. Hoje, o mercado oferece próteses de melhor qualidade, que garantem mais segurança pois são fabricadas com um gel coeso que não vaza, caso haja ruptura do material. De qualquer maneira, a recomendação é que sejam feitas revisões periódicas já que, com o tempo, a prótese tende a se desgastar naturalmente.

Na questão estética, quando é feita a remoção do implante?

Para entender melhor sobre isso, vamos voltar um pouquinho no tempo. A primeira mulher a receber um implante de próteses de silicone nos seios foi a americana Timmie Jean Lindsey. A cirurgia foi realizada em 1962, no hospital Jefferson Davis, em Houston, Texas, nos Estados Unidos.

Anos mais tarde, seios grandes e volumosos se tornaram um padrão de beleza que ganhou força com diversas celebridades na mídia. Com isso, o implante de silicone se popularizou e até hoje, 60 anos depois daquela primeira cirurgia, ainda é um dos procedimentos mais procurados.

Com a mudança dos padrões estéticos, para algumas mulheres, o implante de silicone deixou de fazer sentido. Esse passou a ser um dos fatores estéticos que as levaram a buscar o explante e para ter seios menores. Outra razão estética para a remoção é o aumento de peso exagerado após o implante.

Qual a melhor opção esteticamente?

A decisão pelo explante, no entanto, deve ser muito bem pensada. Conforme a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, uma pesquisa realizada por um de seus membros, entre setembro de outubro de 2020, mostra que cerca de 25% dos médicos que realizaram o explante tiveram pacientes que retornaram solicitando o reimplante.

Geralmente isso acontece porque existe uma grande dificuldade de adaptação à nova mama que diminuirá de tamanho e não terá a firmeza que uma prótese proporciona. A mulher que busca o implante de silicone tem um desejo de beleza que está relacionado ao contorno e ao aumento dos seios. Quando se alcança esse resultado com o silicone, pode ser muito difícil se acostumar sem ele.

Esteticamente, o ideal é atender ao desejo de diminuição das mamas com a mamoplastia redutora e, na melhor opção, substituir por um silicone menor. Assim, toda cicatriz ou contratura antigas serão removidas e reiniciará um novo processo de cicatrização, durando mais outra longa jornada de uso do silicone.

Quando a paciente que passa pelo explante decide pela mamoplastia sem o silicone, as mamas ficam menores e sem sustentação. Esse resultado é consequência de um tecido original já flácido, que não proporciona a firmeza e arredondamentos que o silicone gerava.

Mas é sempre importante lembrar que o desejo por mamas pequenas, jovens e firmes é muito difícil de ser alcançado. Nessa etapa, as mulheres já estão mais maduras e naturalmente acontece o envelhecimento da pele. Assim, o restante de mama que fica não tem volume suficiente, deixando o seio pequeno e, muitas vezes, flácido. Outro ponto é aceitar que, nesses casos, a única maneira é uma cicatriz de mamoplastia em “T”.

Uma dúvida comum é sobre a reposição de volume com gordura. Mas essa técnica não garante os mesmos resultados do silicone. A gordura não produz sustentação, ao invés disso, geralmente ela contribui para a queda das mamas. Ela pode ser usada e tem ótima indicação apenas para melhorar detalhes de contorno.

A prótese de silicone causa doenças?

Após muitos anos de estudos e inovações, as próteses de silicone se apresentam extremamente seguras, já que são testadas e regulamentadas em diversos países. Mesmo assim, nos últimos anos, foram identificadas algumas doenças que podem estar relacionadas ao implante desse material. São elas: Doença do Silicone, ou Breast Implant Illness (BII), termo atribuído pelas próprias pacientes para relacionar sintomas específicos com o implante; Linfoma Anaplástico de Grandes Células (ALCL), uma espécie de câncer do sistema imunológico; e a Síndrome Autoimune Induzida por Ajuvantes (ASIA), que também é uma alteração imunológica e pode ter relações genéticas.

Dentro das estatísticas, o número de mulheres que apresentam esses problemas mais graves é muito pequeno. No Brasil, por exemplo, não foram descritos mais que 13 casos de ALCL e a maioria das mulheres que removeram o silicone pensando em melhora de sintomas de dor ou emocionais (depressão) persistiram com os sintomas. Não existem comprovações científicas que atestam a relação dessas doenças com a prótese. Mesmo assim, todas essas situações podem ser resolvidas de maneira objetiva, a partir da troca ou remoção do silicone.

Portanto, antes de tomar qualquer decisão, é fundamental conversar com um cirurgião plástico de sua confiança e certificar-se de que ele é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. O profissional deve ser experiente e capacitado para atender as suas necessidades pensando na sua saúde, beleza e bem-estar.

Entre em contato conosco, agende uma consulta, faça uma avaliação e tire suas dúvidas. Estamos à disposição para oferecer a você o melhor atendimento.

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